O nosso colaborador e amigo, Amílcar Felício, chamou-lhes os
engravatados e nós vamos chamar-lhes mangas-de-alpaca.
São sensivelmente os mesmo que aparecem na foto que
apresentámos num texto de Amílcar Felício e que pertencia ao espólio de seu pai,
grupo de que também fazia parte.
A foto parece-nos ter sido tirada junto ao edifício
recentemente destruído e onde funcionaram durante muitos anos os serviços de
Finanças (Secção e Tesouraria) e mais tarde, igualmente, o posto da G N R. Nesse
local veio a ser feito um pequeno muro protector destruído quando foram feitos
os edifícios de grande volumetria, que ocuparam a periferia da Praça da
República.
O grupo era composto por funcionários que ali exerciam
funções, o nosso colaborador Gaspar Santos já identificou um ou outro e estão
todos de gravata, pois era obrigatório o seu uso no exercício de funções.
Ninguém podia ir trabalhar sem esse adereço e muito menos em mangas de camisa.
Mangas-de-alpaca
era a designação dada ao funcionalismo público de caneta por usar meia manga de
um tecido leve, primitivamente alpaca, para resguardar as mangas do casaco.
A fotografia deve ser da década de 40 do século passado e
vivíamos no regime do “Estado Novo”. Os fatinhos tinham de ser poupados ao
máximo e o uso dos “manguitos”, também chamados assim, evitavam que se puíssem
mais facilmente as mangas dos casacos.
A economia era palavra de ordem!