quarta-feira, 25 de julho de 2012

Os mangas de alpaca



O nosso colaborador e amigo, Amílcar Felício, chamou-lhes os engravatados e nós vamos chamar-lhes mangas-de-alpaca.

São sensivelmente os mesmo que aparecem na foto que apresentámos num texto de Amílcar Felício e que pertencia ao espólio de seu pai, grupo de que também fazia parte.

A foto parece-nos ter sido tirada junto ao edifício recentemente destruído e onde funcionaram durante muitos anos os serviços de Finanças (Secção e Tesouraria) e mais tarde, igualmente, o posto da G N R. Nesse local veio a ser feito um pequeno muro protector destruído quando foram feitos os edifícios de grande volumetria, que ocuparam a periferia da Praça da República.

O grupo era composto por funcionários que ali exerciam funções, o nosso colaborador Gaspar Santos já identificou um ou outro e estão todos de gravata, pois era obrigatório o seu uso no exercício de funções. Ninguém podia ir trabalhar sem esse adereço e muito menos em mangas de camisa.

Mangas-de-alpaca era a designação dada ao funcionalismo público de caneta por usar meia manga de um tecido leve, primitivamente alpaca, para resguardar as mangas do casaco.

A fotografia deve ser da década de 40 do século passado e vivíamos no regime do “Estado Novo”. Os fatinhos tinham de ser poupados ao máximo e o uso dos “manguitos”, também chamados assim, evitavam que se puíssem mais facilmente as mangas dos casacos.

A economia era palavra de ordem!