Quando eu morrer,
Ponham-me asas de andorinha,
Quero voar muito alto,
Fazer volteio no ar,
Ver o mundo lá de cima,
E na primavera voltar!
Ver quem chora, quem sorri,
Quem festeja a minha ida,
Gosto de estar informada,
E ouvir os vivos dizer:
Como é que aquela não foi,
Naquela caixa comprida?
E com tanta admiração,
Divertir-me a experimentar,
Sensações do outro mundo.
De olhos fechados ver,
E sem fala, protestar!
Agora, vou vos deixar,
Com um sorriso trocista,
Gosto de representar,
E se querem que vos diga,
No outro mundo hei-de tentar,
O meu sonho de artista!