(PUBLICADO NO JORNAL DO BAIXO GUADIANA DE 2007.01.00
Nº 83 Pág.2)
Quando procuramos conhecer uma terra ou uma região em
passeio turístico, não deixamos de
observar com cuidado tudo o que se nos oferece, passando pela parte monumental
e artística, a verificação da harmonia do tecido construído e respectivas características,
a existência e o tratamento de zonas verdes, a preocupação dos serviços de
higiene e a afabilidade de suas gentes, entre outros aspectos e conforme a
sensibilidade de cada um.
Vem isto a propósito do novo acesso criado à vila de
Alcoutim que evitou umas tantas curvas mas que acaba por ir parar ao mesmo
sítio, já que a circulação pelas ruas medievais se torna complicada,
principalmente para veículos maiores. Ultimamente e pensamos que bem, foi
instituído um único sentido o que facilitou um pouco mais a circulação.
O novo acesso veio beneficiar o campo de futebol, penso que
sem qualquer utilização, e principalmente o Quartel dos Bombeiros, o que se
tornava indispensável.
Não vou comentar o grau de inclinação que a estrada
apresenta e se assim foi executada é porque tecnicamente é admissível.
Optou-se pela criação de uma rotunda, para mim talvez um
pouco exagerada, sistema nos últimos tempos muito utilizado e com vantagens
muito consideráveis em relação aos cruzamentos. Em certos sítios usaram e
abusaram das rotundas, podendo algumas ser dispensáveis. Contudo, há situações
em que admira ainda não terem sido criadas. Por passar nestes últimos dias por
um desses locais, verifiquei com satisfação que já existia uma rotunda.
Ainda que o IC 27 lhe tenha tirado muito movimento,
parece-me que às Quatro Estradas, a criação de uma rotunda seria muito
vantajosa, tal como aconteceu em relação a Martim Longo.
A Avenida dos Bombeiros já foi inaugurada, como atesta a
placa instalada e consequentemente a rotunda também o teria sido, à qual se
terá atribuído o mesmo nome.
Quem visitar pela primeira vez Alcoutim e utilizar aquele
acesso que é recomendado, a primeira impressão não vai ser positiva, pelo
contrário, a rotunda será por ele baptizada como a Rotunda do Desleixo, pois
nela grassa a erva daninha! E isto nada tem a ver com verbas elevadas, tem a
ver com o bom senso, com o bom gosto, com a sensibilidade de cada um. Bastaria
um simples arrelvamento para tudo modificar. E os arbustos geometricamente
cortados e as flores coloridas? E os loendreiros? Penso que a Câmara Municipal
tem nos seus quadros funcionários aptos para estes serviços.
Estará a rotunda esperando que apareça um “Marquês de
Pombal” ou um “Sousa Martins”? Talvez.
Pequena nota
Publicámos este
pequeno texto em Janeiro de 2007como crítica construtiva àquilo que observámos
no acesso principal da Vila de Alcoutim, juntando uma fotografia elucidativa
daquilo que afirmávamos.
Tempos depois, que eu
não posso precisar, aquilo que considerámos um desleixo foi rectificado o que
certamente nada teve a ver com a opinião manifestada como sempre acontece em
casos desta natureza (!!!).
O aspecto da rotunda
passou a apresentar-se com decência e isso é importante para quem chega.
Na nossa modesta
opinião e não passa disso, a decoração da mesma é triste com a apresentação de
cores escuras que se junta ao negro da prensa industrial, sendo excepção o
branco dos cilindros de pedra. Havia outras hipóteses. Entretanto a prensa
apodrece e será a altura de colocar “um marquês de pombal”.
O lado direito da
estrada que presumo ser património municipal continua em bruto, salvo se
entretanto recebeu algum melhoramento.
Não é preciso ser
engenheiro, arquitecto ou doutor para conceber a decoração de uma rotunda como
esta, basta ter bom gosto.