Cotovia |
Desta vez não vou ter hipótese de apresentar
fotograficamente o prato.
Desconhecia-o completamente e ao organizar o texto sobre a esparrela e ao procurar documentar-me
oralmente sobre o assunto, sou informado da sua existência.
Todos nós sabemos que o concelho de Alcoutim é
economicamente muito pobre e das dificuldades que o homem tinha para se manter ,
era necessário tirar de solos pobres todo o seu sustento e da família.
Alvéola |
Depois de depenados e amanhados, derretiam numa caçoila umas
tiras de toucinho, em cujo pingo fritavam com um dente de alho e uma folhinha
de louro os passarinhos.
Retiravam-nos para uma vasilha, assim como os torresmos que
ficavam, provenientes das tiras de toucinho. Acrescentavam ao pingo onde se
tinha feito a fritura água quente, que se deixava ferver para a gordura ser bem
distribuída.
Calhandra |
Entretanto, tinham-se feito umas sopas de pão, que depois de
bem acomodadas, eram cobertas por aquele caldo, que além do gosto do toucinho
tinham também o dos passarinhos e dos condimentos.
As sopas comiam-se acompanhadas dos passarinhos e dos
torresmos.
A utilização da gordura animal, tão prejudicial à saúde e hoje
posta de parte, pelo menos quanto ao toucinho, justificava-se, como me
explicaram.
Tordo |
As oliveiras eram poucas, pois a abundância do gado
movia-lhe tenaz guerra. Nas margens do Guadiana era onde existiam mais. O
azeite pouco e a sua prioridade ia para a iluminação. O petróleo custava
dinheiro que era escasso e que tinha preferências mais prementes.
Tratava-se de uma maneira de obter proteínas.