Após referirmos a passagem do segundo ano de vida do ALCOUTIM LIVRE, indicámos que iríamos fazer mais duas abordagens ao assunto.
A primeira e já efectuada teve a ver com os manifestos efectuados por e-mails pelos visitantes/leitores que constituem a mola real deste projecto, já que a eles se dedica; a segunda é a que estamos procurando efectuar e é dedicada aos colaboradores e neste caso vamos considerar o assunto desde o início do ALCOUTIM LIVRE.
Iremos começar pelo nosso colaborador póstumo, Luís Cunha [Alcoutim, 1911-Faro, 1981].
Em boa hora e por sugestão de Gaspar Santos, o incluímos como colaborador, situação que estamos certos não nos seria negada.
Nestes termos, estamos a divulgar junto dos interessados, nomeadamente os mais novos, os textos que tão bem escreveu sobre a sua terra natal e os seus problemas.
Já aqui foram publicados sete (todos escritos para o diário da capital, Diário Popular, hoje extinto).
Publicámos o primeiro em 1 de Janeiro do corrente e não podíamos ter começado o ano melhor.
O primeiro a aderir a este projecto foi o nosso “velho”Amigo Gaspar Santos, engenheiro de profissão, um dilecto filho de Alcoutim como tem provado em toda a sua vida.
Recorrendo à sua inteligência e capacidade de trabalho abandonou fisicamente a terra onde nasceu mas o seu pensamento esteve sempre grudado a Alcoutim que visitou e visita com frequência e onde mandou construir habitação.
Desde jovem se tem interessado pela sua terra natal, reconhecendo-lhe os defeitos e as virtudes. Foi dos poucos alcoutenejos de nível intelectual que teve a amabilidade de nos escrever uma longa carta agradecendo-nos a obra que tinha sido acabada de publicar (Alcoutim, Capital do Nordeste Algarvio, subsídios para uma monografia, 1985) pela qual tomou conhecimento de muitos assuntos a ela referentes.
Por sua sugestão o livro foi enviado para todas as escolas do concelho.
Não vou falar dos textos que têm sido divulgados no ALCOUTIM LIVRE até porque normalmente é meu hábito inserir uma pequena nota, direi apenas que já são 25 os publicados e mais estão na forja.
Possivelmente estes artigos iriam perder-se se não existisse o actual espaço, já que, como é por demais notório, a imprensa regional não está vocacionada para esta temática, visto os seus interesses serem outros e bem definidos.
Gaspar Santos que criou com a sua escrita um número apreciável de admiradores é parte indissociável deste blogue.
O segundo a aderir ao projecto e a quem se deve a ideia, por mim combatida e à qual não aderi com facilidade, e a construção técnica do blogue (perfil, logótipo, etc), foi José Miguel Nunes que como os visitantes/leitores saberão por que já aqui foi referido várias vezes, é meu filho, algarvio de Loulé, mas que viveu até aos oito anos em Alcoutim.
Os afazeres não lhe permitem dispor de muito tempo e a escrita que cultiva é fora desta temática. Se teria “herdado” do pai o gosto pela escrita, a temática não o acompanhou.
Já aqui foram inseridos quatro textos com base nas suas vivências de criança, tendo sido o primeiro em 11 de Outubro de 2008.
Seguidamente demos a público em 21 de Janeiro de 2009 um conto de Fernando Lino, nosso Amigo de Peniche (no bom e real sentido) que conhece Alcoutim onde já esteve por mais de uma vez e que no seu estilo peculiar nos dá uma crítica mordaz, estilo detestado por alguns e elogiado por muitos.
Existe a promessa de novos textos que esperamos.
Também aderiu um nosso Amigo e colega de profissão, por quem sempre tivemos muito respeito e consideração.
É algarvio de Vila Real de Santo António, sendo o pai natural de Silves e a mãe de Portimão(*). Tem, contudo, uma irmã alcouteneja.
José Temudo, com os seus oitenta e dois anos, tem uma escrita jovem com a vantagem de o fazer em prosa e em verso.
Esteve em Alcoutim até aos oito anos, tendo iniciado a escolaridade com o prof. Trindade e Lima enquanto o seu pai chefiou a então Secção de Finanças.
Tem nos dado aqui, auxiliado pela sua prodigiosa memória e espírito de observação, ainda que criança, imagens fantásticas de um Alcoutim distante, nomeadamente da guerra civil de Espanha, do automóvel, do cinema e da telefonia, entre outras.
José Temudo, que vive em Vila do Conde, nunca mais voltou a Alcoutim mas a verdade é que a sua passagem por esta vila o marcou profundamente.
Já tem neste blogue publicados 11 textos, em prosa e em verso.
Aparece-nos depois um alcoutenejo que também é vocacionado para esta área.
Amílcar Felício com a sua maneira peculiar de escrever e “contar as coisas” é um chamariz do ALCOUTIM LIVRE e já apresentou seis artigos, de uma maneira geral longos e que prendem o leitor.
Além da prosa surpreendeu-nos muito agradavelmente com a poesia, arte que lhe desconhecia totalmente.
Apesar de alguns longos períodos de ausência, tem Alcoutim presente como poucos e com a facilidade de separar o trigo do joio.
O último aderente é algarvio de Faro mas tem raízes no concelho de Alcoutim onde passou algumas férias da sua infância.
Apesar da forte ocupação que tem e de Director do Jornal RAIZonline, Daniel Teixeira ainda arranjou tempo para nos brindar com excelente artigo sobre a migração no concelho de Alcoutim.
Esperamos entretanto que consiga arranjar tempo para escrever algo sobre as suas memórias alcoutenejas.
Foi o interesse por Alcoutim que o trouxe junto de nós e que nos possibilitou a inserção no seu jornal que tem um elevado número de colaboradores, de alguns dos nossos artigos publicados no ALCOUTIM LIVRE.
Só com este escol de colaboradores é possível manter o ALCOUTIM LIVRE com a dignidade que o concelho merece.
A todos o meu BEM-HAJA.
(*) Por lapso foi indicado Portimão quando na verdade é natural de Silves.