sábado, 12 de março de 2011

Carta aberta a um visitante / leitor

Pequena nota
Como já neste espaço temos feito referência, recebemos vários “e-mails” o que continua a acontecer, transmitindo até agora apoios que muito nos têm ajudado a continuar este trabalho. Com sentido negativo ainda não chegou nenhum.
Sem nunca identificarmos os remetentes temos publicado alguns excertos mais significativos dos mesmos.
Recebemos há dias um, talvez diferente de todos os outros pelos assuntos que aborda.
Depois de termos reflectido sobre os pontos abordados e lido algo nas entrelinhas, pensamos que a resposta “merece” ser dada neste espaço, o que vai acontecer pela primeira vez.
É evidente que o nome do remetente, nem aqui nem em parte alguma será revelado como naturalmente se justifica.
Iremos reproduzir a parte que nos interessa e na qual o autor (a) não é identificável, e seguidamente as considerações que julgamos oportunas.


Devo dizer-lhe que acompanho regularmente o seu blogue "Alcoutim Livre", de onde retiro grandes ensinamentos sobre o património cultural de Alcoutim. Devo, igualmente, dizer-lhe que é o maior historiador de Alcoutim. Pois, já lá vão mais de quatro décadas a auscultar a terra "alcouteneja", resgatando e registando a sua história, a cultura, as suas memórias e as suas gentes. Todo este trabalho, acredite, tem um enorme valor, sem qualquer outro interesse que não o amor à camisola. Por tudo isto lhe devemos prestar as devidas honras e estar gratos. Não tenho dúvidas que mais cedo ou mais tarde será superiormente reconhecido pelo seu trabalho e homenageado como merece, como um “filho” prodígio que serve de exemplo e enche de orgulho a uma terra. Acredite que existem muitos alcoutenejos com este sentimento de reconhecimento. O seu nome jamais se desligará da história de Alcoutim.



É verdade que o nosso trabalho não tem qualquer outro interesse a não ser servir um concelho, dando-o a conhecer em muitos aspectos, sem bajulações de qualquer tipo, procurando ser o mais verdadeiro que nos é possível, sem procurar transformar o mau em bom. É evidente que as conclusões são nossas e procuramos defender pontos de vista. Naturalmente há gente que não concorda com eles apresentando argumentações diferentes. Qual é o problema? Nenhum.

Temos alguma noção do que representa o trabalho desenvolvido que obviamente se vai refinando pelas opiniões que desde há 40 anos vêm chegando ao nosso conhecimento e muitas delas oriundas de pessoas que não conhecemos nem viremos a conhecer, tanto de pessoas ligadas a Alcoutim como de quem nunca lá esteve. E temo-las desde o cidadão comum ao professor universitário.

Quando se constroem coisas com verdade e se destinam ao bem comum aguentam bem as ventanias que de vez em quando sopram, pelo contrário, quando são feitas com mentiras e movidas por interesses pessoais acabam por cair como um baralho de cartas.

Sempre foi assim e será.

Acreditamos que seja verdadeiro o sentimento de reconhecimento que alguns alcoutenenses nos têm manifestado, possivelmente serão mais dos que até agora o têm feito e que por motivos muito diversos se sentem constrangidos.

Também não temos dúvida que o nosso nome ficará ligado a Alcoutim, nem que seja para ser contestado, mas essas coisas pouco nos interessam e não é isso que procuramos.

Nunca quisemos nem queremos ser tratado como alcoutenejo pois não nascemos lá e temos muito orgulho em ser varzeense. Isto, como é evidente não representa o mínimo de desconsideração por Alcoutim. Nunca achámos correcto mudar-se a terra onde nascemos, seja ela qual for.

Não somos um “filho” prodígio que serve de exemplo e enche de orgulho uma terra e tal nunca nos passou pela cabeça. Apenas temos realizado um trabalho de que gostamos, com as nossas reduzidas possibilidades, com seriedade e o melhor que nos tem sido possível, apenas isso.

Nunca pretendemos nem pretendo homenagens, como aliás temos provado. O que exigimos é que nos tratem com o respeito que merecemos e que os donos não aticem cães rafeiros para nos tentarem morder nas calças.

O nosso percurso de vida que se encaminha para o seu términos não nos envergonha como Homem, filho, pai, avô, familiar, marido, cidadão solidário e profissional que exerceu, durante 36 anos, com amor, afinco e entrega a actividade na qual atingiu o topo hierárquico obtido através de concursos públicos e a nível nacional.

Caro Senhor (a): Agradecemos-lhe as suas palavras “perdoando-lhe” os exageros manifestados talvez por um excesso de consideração.

Esperamos que não as esqueça e que delas se vá lembrando ao longo dos muitos anos que tem ainda para viver.
Muito obrigado.
Cumprimentos.

JV