sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

D. Jorge de Lencastre, 2º Duque de Aveiro e neto do 2º Conde de Alcoutim, 3º Marquês de Vila Real, D. Pedro de Meneses

Nasceu em 1548 e faleceu a 4 de Agosto de 1578 na desastrosa batalha de Alcácer-Quibir, por isso, um jovem de 30 anos.

Era filho do 1º Duque de Aveiro, D. João de Lencastre e da Duquesa D. Juliana de Lara, filha de D. Pedro de Meneses.

Casou com D. Madalena Giron, filha do 4º Conde de Ureña, sendo irmã do importante 1º duque de Ossuna.

Desta união nasceu uma única filha, D. Juliana de Lencastre, que assim foi buscar o nome próprio à avó, D. Juliana de Lara.

Antes de receber o título e Casa de seu pai, já D.Jorge usava o título de Marquês de Torres Novas e é nessa qualidade que assistiu às Cortes de 1562 (Lisboa, menoridade de D. Sebastião, sendo eleito D. Henrique para Governador e Regedor do Reino) e de 1568, em que D. Sebastião tomou o Governo do Reino.

Após D. Sebastião ter conferenciado com Filipe II em Guadalupe e a que o Duque assistiu, acompanhou o seu rei numa viagem preparatória a África em 1574.

Igualmente embarcando com o rei na expedição saída a 15 de Julho de 1578.

No dia 2 de Agosto foram vistos ao longe os primeiros inimigos e o Rei indicou o Duque de Aveiro para ir com trezentos cavalos observá-los e reconhecer a situação e deu-lhe deu o seu próprio Guião, honraria que muito reconheceu beijando-lhe a mão e o estribo. Parece que D. António, Prior do Crato, não ficou muito satisfeito com a situação.

O reconhecimento foi feito e as informações transmitidas ao monarca que reúne o conselho de guerra para tomar directrizes.

Na batalha de Alcácer-Quibir travou-se dois dias depois, a 4 de Agosto e nela comandou um corpo de cavalaria organizado à sua custa, tomando parte na carga dada pelo próprio rei, para livrar a artilharia que os inimigos tinham quase tomado, caiu morto com muitos fidalgos.

Antes de partir para África fez o seu testamento na então Vila de Setúbal a 10 de Julho de 1578 e nele declarou como sua vontade que a sua filha única, D. Juliana de Lencastre (não tinha varões) viesse a casar, em caso de sua morte, com o primo Senhor D. Jorge, sendo esta a mesma opinião da Duquesa.

Esta situação veio originar conflitos e confusões jurídicas que se prolongaram por algum tempo, já que seu tio, D. Álvaro de Lencastre, se julgava com direito ao título.

Tendo afirmado continuadamente que não casaria com o tio, veio a fazê-lo em 1588.

Filipe II pôs fim a este negócio informando D. Juliana que tinha determinado que casasse com seu tio D. Álvaro, não o fazendo deixaria de ser Duquesa de Aveiro.

Com o sim de D. Juliana o rei cumulou o casal com novas doações.

Em breve passaram a entender-se vivendo sempre em recíproca e estimada união, tendo deixado numerosa descendência.

D. Juliana sobreviveu-lhe dez anos tendo falecido em 23 de Agosto de 1636, jazendo com o marido na Igreja de Nossa Senhora da Arrábida.



[Ruínas do Palácio dos Duques de Aveiro em Azeitão. Retirado com a devida vénia de http://ruinarte.blogspot.com]

Em Azeitão, então considerado um lugar de veraneio, foi construído pelos anos de 1521 / 1537 sobre os alicerces de uma casa contígua ao Convento de S. Domingos, um sumptuoso palácio, edifício dos melhores exemplares de arquitectura renascentista portuguesa, de inspiração italiana e de grande envergadura.

A casa de Aveiro foi uma das mais ricas em bens, direitos e honrarias em Portugal.

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História Genealógica da Casa Real Portuguesa, António Caetano de Sousa, Edição QuidNovi/Público – Academia Portuguesa da História, 2007
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira
Portugal, Dicionário histórico (Transcrição de Manuel Amaral)
http://ruinarte.blogsopt.com