D. Fernando, rei de Castela, não se opôs à conquista do Algarve.
Morrendo em 1252, sucedeu-lhe o filho, Afonso X, o Sábio que contestou a legitimidade das conquistas feitas pelos portugueses no Algarve, invadindo com grandes forças o País, entrando por esta vila, pondo cerco a Tavira, que levantou e apossando-se de algumas povoações algarvias e isto para manter pelas armas a primazia dos seus direitos.
[D. Afonso III]
Os incidentes de fronteira continuaram aqui e ali e com desvantagem para os portugueses. Afonso III, reconhecendo a sua inferioridade militar, procura resolver a situação através de conversações.
O papa Inocêncio IV, em 1253, consegue uma trégua entre as duas partes desavindas e pela conferência de Chaves chegou-se a uma concórdia, propondo-se o rei português casar com D. Beatriz de Gillen, filha bastarda de Afonso X. Por outro lado o rei de Castela guardaria para si o usufruto do Algarve até que o primeiro filho varão do matrimónio atingisse sete anos, altura em que reverteria à Coroa portuguesa o domínio soberano do Algarve.
O nascimento de D. Dinís, ocorrido em 9 de Outubro de 1261, veio resolver o dissídio, o que se firmou pelo Tratado de Badajoz, em 1268.
Estas guerras são mal conhecidas nos seus pormenores havendo mesmo quem as ponha em dúvida à falta de qualquer notícia expressa.
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Nota
Para a organização deste assunto consultámos, entre outras, as seguintes obras:
Corografia do Algarve , 1841, João Baptista da Silva Lopes.
Portugal Militar, de Carlos Selvagem.
Dicionário Corográfico de Portugal Continental e Insular , 1968, de Américo Costa.
História de Portugal, Direcção de José Mattoso.
[Extraído da 2ª Edição de Alcoutim, Capital do Nordeste Algarvio, Subsídios para uma monografia (em preparação)]