Poeta
José Temudo
Sonho, sim,
confesso,
não
quando adormeço,
mas, quando
acordado,
passeio,
ao longo
da marginal,
alheio,
ao
imenso mar
e ao
extenso areal,
às
gaivotas que pairam no ar,,
aos
barcos pequenos que baloiçam
nas ondas
que em espuma se esvaem!
Indiferente
aos que por mim passam,
de tudo
e de todos esquecido,
liberto
do corpo, dos sentimentos, das emoções,
insensível
às formas, aos sons, às cores,,
isento
de alegrias e de dores,
sem
deus, sem leis, sem tradições,
assim
fico, todo dentro de mim,
sonhando
que todos os seres,
que o
Deus todo poderoso,
que a
mãe Terra, úbere generoso,
que o
mar, largo, profundo, temeroso,
e que o
infinito e insondável céu,
são tudo
criações minhas,
um
teatro gigantesco, fantasioso,
em que, certo,
certo, só existo EU !