(PUBLICADO NO JORNAL
DO ALGARVE DE 25 DE JULHO DE 1985)
Ponte sobre a Ribeira de Cadavais em 1985. Foto JV. |
A obra deveria já ter sido colocada a concurso, mas
divergências surgidas quanto à sua localização fizeram adiar o processo.
Neste momento, segundo revelou Manuel Cavaco (que há dias
teve uma reunião em Lisboa, na Direcção-Geral das Contribuições Escolares, para
tratar do assunto), o projecto está ultimado, ficando concluído em Setembro. No mês de
Outubro prevê-se a abertura do concurso público para adjudicação da empreitada
e até ao fim do ano, ou no início de 1986, prevê-se o começo dos trabalhos, que
se prolongarão por um período de 12
a 18 meses.
“O problema está desbloqueado e o local está confirmado” –
disse o presidente da Câmara.
Capacidade para 300
alunos
A escola cujo projecto consubstancia uma tipologia diferente
das actuais, com dois blocos separados, terá capacidade para cerca de 300
alunos, ficando preparada para ampliação futura.
O custo da obra está estimado em 94 mil contos e, para este
ano, encontra-se inscrita uma verba de 10 mil contos no Orçamento Geral do
Estado.
Este investimento está inserido no Programa de
Desenvolvimento Integrada do Nordeste Algarvio, que está em execução.
A nova escola evitará a deslocação diária dos alunos do
concelho para Vila Real de Santo António.
A sua localização em Alcoutim levantou alguma polémica no
seio do próprio município e em Martinlongo, cujos habitantes reivindicaram para
esta freguesia a implantação da escola em virtude de a população escolar ser aí
em maior número.
J. Vitorino propõe
comissão
Entretanto, o deputado do PSD José Vitorino entregou em 11
de Julho um requerimento na Assembleia da República em que solicitava ao
Governo um esclarecimento sobre se este tenciona nomear de imediato uma
comissão que possa decidir com rapidez por uma justa localização da Escola de
Alcoutim.
No requerimento, o deputado considera ser evidente que “a
localização adequada e lógica da Escola é em Martinlongo, e isto sem considerar
o sul do concelho de Mértola”.
Depois de afirmar que os
alunos da zona de Martinlongo (num raio de 15 km ) são 218 e os de
Alcoutim apenas 68, José Vitorino adianta ainda a recusa do seu partido em
“discutir o assunto em termos políticos”.
Por fim, o parlamento algarvio questiona o Ministério da
Educação sobre se “é ou não intenção do Governo nomear de imediato uma comissão
que, sem pressões políticas de qualquer espécie, possa decidir com rapidez e em
definitivo por uma decisão quanto à localização da Escola naquela zona
serrana”.