terça-feira, 14 de maio de 2013

O mais valioso dominó do Mundo!






Escreve

José Miguel Nunes




Depois de o meu pai ter feito uma mobília de quarto completa para a neta, e de ver a “loucura” dela com a prenda que acabara de receber, recordei-me de um dominó feito pelo meu avô José Custódio, que guardo religiosamente.

Está completo, e ainda na caixa original, onde está escrito pela sua mão, o seguinte: “Dominó”, na tampa, na parte lateral, “José Custódio – Pomarão”. Infelizmente não tem data, mas não andarei muito longe se apontar para a década de quarenta do século passado.

E foi assim, que numa tarde de Sábado, passei pelo menos um par de horas a jogar dominó com a minha filha… com o dominó do seu bisavô, algo que lhe fazia um bocadinho de confusão, diga-se.

Durante a jogatana não consegui evitar que algumas recordações do meu avô me viessem à memória, nomeadamente as suas jogatanas, não de dominó, mas de “três setes,( jogo de cartas caído em desuso e abandonado pelas entidades responsáveis pela sua conservação),” na barbearia do Sr. João Ricardo, com a mesa cheia de feijões. É também para isto que estas relíquias servem, para recordar.

É muito provável que aquela mobília se parta, fruto do uso, aliás foi para isso que ela foi feita, para ser usada, mas tenho a certeza que alguma daquelas peças irá perdurar, e será essa, que permitirá daqui a alguns anos recordar o que agora acontece, trazendo à memória outras recordações.

Contas feitas, jogámos seis jogos. Perdi cinco a um. A Maria, com a felicidade normal de quem ganha, disse: este dominó do avô velhinho dá-me mesmo sorte.

Espero que sim, que lhe continue a dar sorte. Um dia será dela, que o guarde com tanto carinho como eu.