A última crónica do nosso colaborador e Amigo Daniel
Teixeira, fez-nos lembrar este pastel que se usava muito na serra do Algarve e
também no Alentejo.
Conhecemo-lo desde criança, pois era doce que não falta em
casa de nossos pais na época natalícia onde era designado por azevia.
Quando chegámos a Alcoutim vamos encontrá-lo com
pequeníssimas diferenças que têm a ver, propriamente, com a técnica de execução
e a que chamavam empanadilhas, o que muito nos admirou.
Não foi difícil verificar que havia no termo influência
espanhola como acontece com outras por aqui usadas, por exemplo dornilha ou baratilho, aqueles que de momento nos vieram à memória.
Empanada, segundo Michaeles – Pequeno dicionário Espanhol –
Português e Português – Espanhol, significa empanada, empada, pastel. Ora
empanadilha será o seu diminutivo.
Em vários dicionários encontrámos o termo. Do da Língua Portuguesa Contemporânea – Academia
das Ciências de Lisboa, Verbo, Vol. I, 2001, extraímos: Empanadilha – s.f. (Do cast. empanadilla). 1
– Pequena empada. 2 – Reg. Alg. Pastel de massa, frito, com recheio de doce de
grão, de batata-doce ou de chila, polvilhado com açúcar e canela = azevia.
Prepara-se primeiro o recheio constituído por batata-doce ou
grão cozidos, depois de limpos da sua pele trituram-se misturando-se com açúcar
e um pouco de canela em pó. Há
quem lhe junte um pouco de casca de limão ralada.
Prepara-se a massa tenra envolvente que se estende sobre uma
superfície bem lisa. Com uma colher vão-se tirando pequenas quantidades do
recheio que se deve encontrar um pouco compacto e colocam-se sobre a massa que
vamos dobrando e ajustando ao recheio. A recortilha faz o seu trabalho em
meia-lua.
Vão a fritar em óleo bem quente, havendo o cuidado de ir
pondo sobre eles colheres de óleo quente. Depois passam-se por açúcar e canela.
Hoje, por Alcoutim, além das mais idosas poucas saberão
fazer este pastel, ainda hoje muito apreciado.