Sempre fui um apreciador do artesanato que considero riqueza
de um povo, seja ele de que tipo for. Não se pode comparar, por exemplo, uma
renda de bilros com um cesto de cana, mas para mim ambos são valiosos.
Na terra onde vivo, um dos artesanatos que tem sido
acarinhado, tanto pela população como pelo poder autárquico, independentemente
das cores políticas que têm passado pela sua gestão, é e bem, a renda de
bilros.
Não vou fazer a história da renda de bilros em Peniche, que
aliás, está feita num belíssimo trabalho do Dr. Mariano Calado, ribatejano como
eu, e para a qual não tinha conhecimentos para o fazer. Uma coisa é certa, sou
um apaixonado por este tipo de renda sui generis.
No evento, estiveram representados 13 países, além de
Portugal, a Bélgica, França, Inglaterra, República Checa, Itália, Rússia,
Malta, Hungria, Espanha, País de Gales, Polónia e Brasil.
Interessante apreciar os trabalhos apresentados de grande
qualidade e ainda que a base seja a mesma, existem diferenças nos bilros, nas
almofadas, nos suportes e naturalmente nos piques.
A representação nacional estava a cargo de Peniche e de Vila
do Conde.
Mesmo não sendo algarvio andei procurando pelas rendas de
bilros do Azinhal (Castro Marim) mas não encontrei nada! Possivelmente é
actividade extinta. Se não está, estará próximo, visto não estar presente numa
mostra deste tipo.
Houve, igualmente, uma passagem de modelos envergando
diverso tipo de roupa, mas que tinha como aplicação a rendas de bilros.
Apresentamos, seguidamente, uma reportagem fotográfica.