Sela grosseira cheia
de palha, usada principalmente no lombo dos animais de carga. (2)
São duas das definições que obtivemos em dicionários e como
tal são muito semelhantes.
Podemos acrescentar para uma melhor definição que esta peça
é feita de uma espécie de serapilheira cujo molde é cheio atacadamente de palha
de centeio. Para evitar a sua deterioração rápida é forrada na parte dianteira
e na traseira com carneira o que lhe dá maior resistência. Por vezes e quando o
freguês o pretende, esse reforço abrange toda a periferia.
Destina-se a ser usada nos equídeos de carga e sela como o
burro e gado muar. No gado cavalar usa-se a sela, o que por vezes acontece com
mulas ou machos destinados preferencialmente ao transporte de pessoas.
O princípio base da albarda é o que está definido, mas depende
muito da habilidade do albardeiro e de quanto o freguês pretende gastar e isto
tem a ver com o uso que lhe pretende dar, exclusivamente para o trabalho ou
então para se deslocar a um local mais cerimonioso.
Apresentamos uma albarda de cerimónia toda embelezada com
borlas de cores berrantes e cheia de pontos de lã ao gosto do artista e outra
já muito usada e de trabalho, ainda que nesta não faltem as pequenas borlas de
enfeite junto à carneira dianteira.
Naturalmente tinha que se saber qual o animal a que se
destinava para que o modelo pudesse estar em consonância com o seu porte.
A albarda, além de funcionar como sela grosseira, protegia o
animal perante as cargas que tinha de suportar, incluindo o usa das cangalhas.
De uma maneira geral leva um dia a fazer-se uma albarda. É
cosida com fio de sisal forte e depois aplica-se a carneira e mais raramente o
cabedal que é muito mais caro.
A arte de albardeiro caminha para a extinção pelo menos no
concelho de Alcoutim.
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NOTAS
(1) – Dicionário Verbo, Língua Portuguesa conforme o Novo Acordo
Ortográfico, 2ª Edição, 2008
(2) – Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea – Academia das
Ciências de Lisboa / Verbo, 2001.
(3) – Vocabulário Português de Origem Árabe, José Pedro Machado,
Editorial Notícias, 1991 (?)