Retirado com a devida vénia de (*)
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Não há muitos anos, no concelho de Alcoutim, tentei
convencer um homem, na altura, com cerca de trinta anos, que isso não era
verdade, o que não consegui, pois acabou por dizer-me que já tinha visto isso
várias vezes! Não se trata de nenhum analfabeto e até é considerado um bom
profissional na sua área.
Se o sapo se distribui por toda a Europa, excepto a Irlanda
e algumas ilhas mediterrânicas e por regiões asiáticas que chegam ao Japão, é
vulgar em todo o país, aparecendo em grande número no concelho de Alcoutim onde
o tenho visto.
O topónimo Sapo ou Sapos sós ou compostos são vulgares no
país e derivam, naturalmente, deste anfíbio de que se conhecem imensas
espécies.
Quando existiam fontanários nos montes e que alguns possuíam
um pequeno reservatório na base que continha água, era vê-los à carreira
dirigirem-se para lá quando a noite já ia longa nos meses de verão.
Por outro lado e também nessa altura, saíam das suas tocas,
que durante o dia a pedra tornava fresca e com o seu passo lento e ritmado
deslocavam-se para os lugares frescos, nomeadamente hortas devido à rega.
Era nesse ambiente fresco que procediam à sua alimentação
constituída, principalmente, por invertebrados (moscas, centopeias.
escaravelhos, borboletas, lesmas, minhocas).
Outro caso que conheço sobre a perseguição do sapo é o de um
apicultor que dizia que os sapos lhe dizimavam o enxame. Na verdade, o sapo não
sabe distinguir os insectos prejudiciais dos outros, o apicultor é que deve
colocar os cortiços ou colmeias em posição que evite isso.
A captura das presas é feita pelo lançamento da língua
pegajosa que é presa na boca pela extremidade anterior.
O seu aspecto na realidade não é muito atractivo,
apresentando uma pele rugosa de cor variada conforme o ambiente onde vive, tem
olhos com pupila horizontal e íris de cor de cobre ou avermelhada. A cabeça é
grande e arredondada. Contra o que é habitual, as fêmeas são maiores do que os
machos atingindo por vezes o dobro.
O acasalamento dá-se na Primavera e as fêmeas são atraídas
pelo coaxar dos machos.
Retirado com a devida vénia de (**) |
Os ovos não têm casca e são envolvidos por muco para a sua
protecção e fixam-se com facilidade em pedras e plantas aquáticas. O tempo para
o aparecimento dos girinos é variável, consoante o ambiente e pode ir de 5 a 18 dias.
Atingem a maturidade a partir do terceiro ano de vida e
vivem entre 7 a
10 anos, embora possam viver 30 se estiverem livres de ameaças.
À noite, passeando por uma estrada, podem ver-se muitos
sapos na sua tarefa de sobrevivência nas valetas, onde normalmente há mais
fresquidão.
Várias vezes fui confrontado na minha horta com sapos que
dificilmente se distinguiam do ambiente fresco que os rodeava, não se mexendo.
À saída de um monte, já decorreram uns anos, quando ia de
automóvel, vi um sapo (certamente do sexo feminino) no meio da estrada de um
tamanho descomunal. Nunca tinha visto uma coisa daquelas! Parei o carro para
não o matar. Fui obrigado a dar umas buzinadelas para que desse um salto e me
deixasse passar.
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3613/Sapo