Bispo de Évora e arcebispo de Lisboa de
Era filho de D. Afonso, Conde de Noreña (Astúrias), condado
que incluía o Senhorio de Gijon e de sua mulher a Condessa D. Isabel e era neto
natural paterno de Henrique II de Castela e materno natural de D. Fernando de
Portugal.
D. Pedro foi o primogénito e teve como irmãos D. Fernando de
Noronha que devido às imposições do casamento passou a ser D. Fernando de
Meneses, 2º Conde de Vila Real e avô do 1º Conde de Alcoutim, também Fernando
de nome, D. Sancho de Noronha que foi o 1º Conde de Odemira e D. Constança de
Noronha, duquesa de Bragança, pois casou com D. Afonso, o 1º deste título.
Falecendo os pais em França quando eram todos muito novos,
vieram para Portugal ficando ao cuidado do seu tio-avô, o Rei D. João I.
O Papa Martinho V e a instâncias de D. João I nomeia-o em 11
de Janeiro de 1419 bispo de Évora e falecendo D. Diogo Álvares, Bispo de
Lisboa, nomeou-o para este lugar, contra a vontade do Cabido da Sé que preferia
o Chantre da Sé de Coimbra.
Parece que o prelado não teria seguido a vida religiosa por
sua vontade mas imposta por D. João I e, por isso, muitas vezes faltou às suas
obrigações pastorais.
Teve primeiro um filho, cuja identidade da mãe se
desconhece, depois manteve relações com D. Branca Dias Perestrelo, moça da
rainha D. Leonor de Aragão e filha do donatário da ilha de Porto Santo,
Bartolomeu Perestrelo, de quem teve os restantes filhos.
Delegou alguns dos seus poderes em vigários gerais que se
encarregavam de administrar a diocese.
Por tudo o que aconteceu, foi admoestado pelo Papa Martinho
V.
Em 1428 D. João I aproveita para o enviar à Corte de Aragão para
tratar do casamento de D. Duarte, futuro rei, com D. Leonor de Aragão de que se
saiu airosamente.
Acabou, por isso, por ficar muito afecto à Rainha D. Leonor,
apoiando-a contra as pretensões de seu cunhado D. Pedro que veio a ocupar o
lugar de regente do Reino.
Por tudo isto, entrou em conflitos com a Câmara de Lisboa
acabando por resignar e retirou-se para a sua Vila de Alhandra.
Continuando a ser agravado pela Câmara de Lisboa que expunha
as más acções que este tinha cometido, retira-se para Castela, tendo o Regente
D. Pedro sequestrado as suas rendas.
Por intervenção de Urbano V e devido a pressões dos seus
apoiantes junto da Santa Sé, D. Pedro deixa-o regressar a Lisboa em 1442.
Faleceu em Lisboa a 12 de Agosto de 1452 aos 70 anos e ficou
sepultado na Sé de Lisboa.
Foi uma das figuras mais poderosas da Corte na primeira
metade do séc. XV.
Legitimou alguns dos seus filhos com todos os direitos como
se legítimos fossem. Aconteceu isso ao mais velho, D. João de Noronha,
Alcaide-mor de Óbidos, que casou com D. Filipa de Ataíde e depois com D. Mécia
de Vasconcelos e a D. Isabel de Noronha, que foi Marquesa de Montemor-o-Novo, D.
Pedro de Noronha, Senhor do Cadaval, Comendador da Ordem de Santiago e foi
embaixador de D. João II a Inocêncio VIII e que casou com D. Catarina de Távora
e D. Fernando de Noronha, alcaide-mor de Salir, Guarda-mor e Governador da Casa
da Rainha D. Joana, a “Excelente Senhora”e que casou com D. Constança de
Albuquerque, irmã de Afonso de Albuquerque. D. Fernando de Noronha e D.
Constança de Albuquerque foram pais do vice-rei da Índia, D. Garcia de Noronha.
Além destes teve mais três filhos.
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Brasões da Sala de
Sintra, Anselmo Braamcamp Freire, Imprensa da Universidade, 1921
História de Portugal,
Edição Monumental da Portucalense Editora, Porto, 1928 (Dir. Lit. de Damião
Peres)
Quem é quem, -
Portugueses Célebres, (Coord. Leonel de Oliveira) Círculo de Leitores, 2008