terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Tecendo cilha


Quem teve a amabilidade de nos enviar esta e outras fotografias para publicação neste espaço e que muito o tem enriquecido não nos deu nenhuma dica sobre a mesma, a não ser que seja proveniente dos “montes do rio”.

Tê-lo-ia feito ou por desconhecimento ou para aquilatar o texto que sobre ela reproduzimos em função da nossa observação e deduções que poderão nada ter com a realidade.

Olhando para a fotografia várias coisas saltam à nossa vista.

Uma delas é a existência da cadeira bem típica da região e hoje quase desaparecida. A cadeira não está a ser utilizada para o que foi criada. Parece-nos que estará a servir de suporte para a feitura de cilha, ainda que nunca tivéssemos visto fazer tal coisa, mas a lição recentemente dada pelo colaborador Daniel Teixeira levou-me a tirar essa conclusão que esperamos esteja certa.

Não nos podia passar ao lado a existência do alguidar de zinco sobre o poial destinado aos banhos e encostado à parede da casa para escorrer.

Os figurantes que hipoteticamente poderão ser avós, filha e netos, sendo o fotógrafo o genro, prepararam-se para a foto, não tendo sido mesmo esquecido o chapéu e o lenço para o casal anfitrião.

Penteado e vestido da jovem fazem, naturalmente, a diferença e a “avó” não deixa de carinhosamente abraçar o neto, retribuição que a filha lhe faz.

O mais novinho e mais reguila parece estar um pouco desconfiado. Pelo seu trajar verifica-se bem que não são crianças criadas por ali.

Presumimos que possa ser fotografia tirada nos anos 40 / 50 do século passado.

Haverá alguma verdade em tudo isto?