Alabroitas ou labroitas é
o nome que de uma maneira geral o alcoutenejo dá a esta planta herbácea, vivaz,
de raízes carnudas e medicinal.
Além de abrótea, do latim abrotina, é conhecida por gamão.
As folhas são lineares e planas,
saindo todas da mesma base.
A abrótea (Asphodelus ramosus) pertence à família das liliáceas. Procura
solos secos e ácidos, principalmente os de xisto que são característicos do
concelho de Alcoutim
É planta espontânea própria na
Região Mediterrânea e praticamente existe do norte a sul do nosso país.
As flores que são numerosas
aparecem entre Janeiro e Maio. São brancas e têm uma faixa central acastanhada
e dispõem-se em cacho composto na extremidade de uma longa haste. Os
alcoutenejos como dissemos designam a planta em si como “alabroita” e ao
conjunto da haste com as flores “gaimão”. Noutras regiões do país é conhecida
por outros nomes como nunos ou foguetes e às raízes chamam badalhocas.
Os frutos de forma ovóide constituem
cápsulas pequenas.
As raízes tuberculosas depois de
cortadas longitudinalmente e postas sobre impigens ou então esfregadas sobre as
mesmas, originam o seu desaparecimento o que era muito utilizado pelo povo.
Segundo informação recolhida
localmente, as suas folhas depois de secas serviam para fazer um chá contra o
“constipado”.
Temos conhecimento que em outras
zonas do país as suas raízes eram utilizadas depois de esmagadas com sal, no
tratamento da sarna, o que não encontrei em Alcoutim.
Os “gaimões” eram utilizados para
voltar as tripas para a limpeza nos barrancos a fim de serem utilizadas nos
enchidos.
Noutros tempos as crianças
alcoutenejas utilizavam as raízes para brincar pois serviam como se fossem
porcos após pequena adaptação.
Os antigos consideravam-na como
penhor de amor e os Gregos plantavam-na perto das sepulturas