segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Abrótea


Alabroitas ou labroitas é o nome que de uma maneira geral o alcoutenejo dá a esta planta herbácea, vivaz, de raízes carnudas e medicinal.

Além de abrótea, do latim abrotina, é conhecida por gamão.

As folhas são lineares e planas, saindo todas da mesma base.

A abrótea (Asphodelus ramosus) pertence à família das liliáceas. Procura solos secos e ácidos, principalmente os de xisto que são característicos do concelho de Alcoutim

É planta espontânea própria na Região Mediterrânea e praticamente existe do norte a sul do nosso país.

As flores que são numerosas aparecem entre Janeiro e Maio. São brancas e têm uma faixa central acastanhada e dispõem-se em cacho composto na extremidade de uma longa haste. Os alcoutenejos como dissemos designam a planta em si como “alabroita” e ao conjunto da haste com as flores “gaimão”. Noutras regiões do país é conhecida por outros nomes como nunos ou foguetes e às raízes chamam badalhocas.

Os frutos de forma ovóide constituem cápsulas pequenas.

As raízes tuberculosas depois de cortadas longitudinalmente e postas sobre impigens ou então esfregadas sobre as mesmas, originam o seu desaparecimento o que era muito utilizado pelo povo.

Segundo informação recolhida localmente, as suas folhas depois de secas serviam para fazer um chá contra o “constipado”.

Temos conhecimento que em outras zonas do país as suas raízes eram utilizadas depois de esmagadas com sal, no tratamento da sarna, o que não encontrei em Alcoutim.

Os “gaimões” eram utilizados para voltar as tripas para a limpeza nos barrancos a fim de serem utilizadas nos enchidos.

Noutros tempos as crianças alcoutenejas utilizavam as raízes para brincar pois serviam como se fossem porcos após pequena adaptação.

Os antigos consideravam-na como penhor de amor e os Gregos plantavam-na perto das sepulturas