A Câmara Escura é uma das
rubricas deste espaço com mais “postagens”e visitas, havendo mensagens que são
das mais visitadas entre todas as publicadas.
Para que se possa manter com
interesse esta rubrica é necessário que apareçam colaboradores que
disponibilizem as velhas fotos que guardam em álbuns, como recordação de tempos
passados.
Além das nossas com que abrimos a
rubrica, têm aparecido, felizmente, colaborações importantes que nos têm
permitido mantê-la com vigor.
Quis aderir a esta colaboração o
alcoutenejo José Francisco Cavaco que nos enviou treze fotografias com alguns
anos de existência e que marcam uma época de Alcoutim.
Vamos hoje publicar a primeira a
que demos o título de RUA DA MISERICÓRDIA.
Esta rua, no seguimento da das
Portas de Mértola, com a de D. Sancho II (antiga Portas de Tavira) e
prolongamento na do Dr. João Dias, constituíam a estrutura básica viária do
burgo medieval, desembocando no indispensável largo (praça), local do poder
político-administrativo e comercial.
Até agora nunca esse espaço no
decorrer dos séculos tinha sido tocado, o que aconteceu recentemente, pois
tratava-se de algo indispensável e de convergência para a vida da vila
Apesar da falta de local para a
construção, nunca ninguém tinha ousado suprimir a “praça” ou a “ribeira”.
Reparar que até as pequenas
povoações, aqui designadas por montes,
têm quase sempre um espaço com estas características a que chamam terreiro, onde
chega hoje o comércio ambulante e antigamente se reunia o povo quando disso
tinha necessidade, como por exemplo nos seus folguedos.
A fotografia é tirada da Rua da
Parada e a pouca prática do “fotógrafo”cortou os pés mas não deixou de mostrar
o castelo de Sanlúcar.
Os quatro jovens alcoutenejos (um
deles efectivamente não o era) têm todo o tipo de andar passeando e foram
interromper o trabalho de outro amigo que recolhia o entulho, não de veículo
motorizado como se faz hoje, mas de burra e através da quase desaparecida
gorpelha, das obras de restauro que se estavam realizando nas casas de
residência da família Madeira.
Além de quem nos cedeu a
fotografia que presumo transportar um rádio a pilhas, encontra-se o nosso
colaborador Amílcar Felício. O trabalhador é o alcoutenejo José de Horta, já
falecido.
A mocinha que aparece encoberta,
parece-nos ser uma das filhas de Maria Tomásia, recentemente falecida. Ao fundo
e em frente da residência que foi de Luís Corvo duas jovens que presumimos
serem as filhas de António Luciano.
E é tudo o que nos oferece
comentar.